SAPATOS DE CINDERELA
Todos prontos para o baile
Exceto a moça que esfregava
O chão imundo da cozinha
E em silêncio ela chorava
Enquanto as demais saíam
E somente ela ficava.
Chora, chora, Cinderela!
Talvez exista uma fada
Que te transforme na mais bela
Do baile, até a madrugada
Para dançares com o príncipe
E seres muito invejada.
E eis que a fada aparece
Com sua varinha de condão
E faz na moça Cinderela
Uma grandiosa transformação;
Apenas palavrinhas mágicas
E um pouco de imaginação.
Vestido azul e comprido
Tiara, sapatos de cristal
Da abóbora fez uma carruagem
Do rato fez o serviçal;
E vai-se então Cinderela
Ao baile tão especial.
De todas as que ali estavam
E dançavam, sim, deveras
Aquela que mais admiravam
E desejavam, era Cinderela;
Com seus sapatos cristalinos
Com sua tiara de pedras.
Mas o príncipe foi quem dançou
Todo o baile somente com ela
Mas de repente o relógio tocou
A madraguda chegou depressa
E por isso a moça precisou
Com temor, abandonar a festa.
Corre, corre, Cinderela!
Com seus belos sapatinhos
Que te fazem sangrar os pés
Ao se quebrarem no caminho;
Uma noite que era rosa
Se transforma em espinhos.
Chora, chora, Cinderela!
Pela dor que agora sentes
Além de ferires os pés
Limparás o chão novamente;
E o príncipe te esquecerá
Por teres se ido tão de repente.
Mas quem sabe um dia ele volte
Procurando pela moça bela
E ao ver teus pés machucados
Descubra que és tú, Cinderela
E te leva em seu cavalo
Para uma felicidade eterna.