A orelha xereta
A orelha xereta
Sempre aberta
fazendo fita
Se deixava lavar
Em busca da melhor treta.
Seu fiel amigo: O cotonete.
Tinha com ela: Um elegante trato.
Então, dela removia
- de tempos em tempos.
Toda cera como uma linha
Tirada de um carretel.
Deixava-o limpo e tinindo
O belo e atento ouvido.
Como cachê ele só pedia.
Histórias quentes e divertidas
Pois eram para ele como remédio.
Aquelas recentes fofoquinhas.
Assim, ria
Da centopéia esquecida,
que meias dispares vestia.
Do caranguejo orgulhoso,
Que anéis gigantes exibia
Na ponta dos seus dedos
ou seja... suas vaidosas garras
Que reluziam soltando faíscas.
Também tinha dona girafa.
que um dia meteu o nariz
onde não era chamada.
E então tomou do zangão
foram umas belas picadas
Num lugar
Que eu não conto Não...
Outro causo interessante
Foi a briga da chaleira
Com o esquentado fogão.
Enquanto mais ela apitava
Mais mandava-lhe fogo
pelas ventas o valentão.
O mais divertido foi
O casamento da pulga
com o jacaré.
Eu, como era muito esperta.
No meio daquele angu todo.
Sem esperar o resultado daquilo.
Se nasceu dai um
Jacapul ou pulgaré.
Resolvi mesmo foi dar no pé.
Conte então
O fim da história
O papagaio brasileiro
Se ele ainda estiver por aí, inteiro.