MOCIDADE
MOCIDADE
Hoje eu não quero reclamação
Só quero ver o lado bom da vida
Apertei forte e firme a mão de alguém
Cumprimentei fervorosamente meu grande inimigo
Sorrindo assim para mim mesmo
No enorme espelho na parede emoldurado
Sai e vi um mundo inteiro em festas
Tudo muito bem ornamentado
Sorrisos e felicidades
Passeavam soltos pelas ruas
Cores e fantasias
Todos irmanados em euforia
Que energia no ar eu percebi
E me contagiei sem me conter
Já estava a dançar sem me notar
A flutuar e a cantar
Na apoteose eu me sentia um rei
Um rei sem ouro e sem castelos
Apenas com a simples alegria
E vendo uma criança que surgia
A sorrir em minha direção
Eu pude enfim me encontrar então
Era eu mesmo que ali nele estava
Só precisava soltar-me das amarras
Libertar-me das algemas sociais
E saber-me homem ingênuo e livre
Numa infância que talvez nem tive
Quando podia voar solto em meus quintais
E eu que tive pressa de crescer
Vi crescer em mim toda aquela vontade
De desfilar naquele carnaval
Sem tirar a roupa
De minha mocidade