MEU GATINHO

Em certa noite,algum indigente

numa gaiola,me deixou de presente,

bem bonito,um baita dum gatão.

Igual aquele,nunca mais ví,

naquela mesma noite,percebí,

que era um tremendo ladrão.

Não enjeitava comida nenhuma,

sua barriga parecia de espuma,

o desgraçado nunca enchia.

Não deixava nada,nem para enfeite,

bebia dois litros de leite,

comeu inteira uma melancia.

Mas nem olhava para a ração,

mas comia ate casca de melão,

e nada disso te fazia mal.

Vivia atacando as frigideira

fazendo a maior barulheira,

o bicho comia ate jornal.

Certa tarde,quando esquecí,

uma panela com um punhado de mandí,

e uma fritada de tainha,

pois em tudo ele deu cabo,

não sobrou nem um rabo,

não sobrou nenhuma espinha.

Quando ele ficava sosinho,

agia sempre de mansinho,

era um especialista.

Um dia,jantou meu canarinho,

de sobremesa comeu um pintinho,

e dum galo comeu a crista.

O bicho era bastante esperto,

mas,na casa do Alberto,

quase virou um embornal.

Foi salvo pelo pessegueiro,

quando perseguido por perdigueiro,

enquanto roubava um bacalhau.

Para encher a sua pança,

saiu para roubar na vizinhança,

mas la,lhe desceram o rastelo.

Chegou em casa arrebentado,

todo sujo e todo molhado,

ficou quase banguelo.

Então passei a pensar comigo,

esse gato merece castigo,

por tudo que roubou e comeu.

E nada mais deixei atoa

troquei sua água por quiboa,

mas o marvado não bebeu.

Nele tive que dar um fim,

soltei-o,no morro do crispim,

junto a uma moita de bambú.

Agora,esse tremendo ladrão,

que enjeitou minha ração,

vai ter que caçar tatu.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 31/05/2007
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