MEU CÃOZINHO

Esse meu cachorro perdigueiro,

que se tornou o rei do meu terreiro,

seu latido muito longe ecôa.

Eu cuido dele com muito zelo,

mas quando ela saquaia o pelo,

e so purga que pra todo lado vôa.

Pois esse meu amigo cachorrinho,

dias atrás , atacou meu vizinho,

que estava ao lado ,comendo brôa,

ouví quando ele gritou -Me acuda.

Mas ja tinha ficado sem bermuda,

se fosse rei ,ja estava sem corôa.

Pra comer esse cachorro e um leão,

seu bucho parece maior que vagão,

de comida ele nunca se enjôa.

Deve ter dez metros de solitária,

parece motor, sua carcaça dentária,

mastiga o dia todo e não emperrôa.

Esse cãozinho fiel e companheiro,

vigia casa e também galinheiro,

onde pintinho e ovos se amontoa.

A tarde ,quando vou pra pescaria,

posso contar com a sua companhia,

ja sabe o esconderijo da canoa.

E so eu gesticular e ele obedece,

e sabe ,dentro de casa o pau desce,

quando suja alguma coisa da patroa.

Mas ele nos mostra muita alegria,

não e luxento ,come ate melancia,

andou comendo ,a ração da leitoa.

Em meu quintal não chega ladrão,

seu latido e mais alto que trovão,

e seu bafo e mais forte que quiboa.

E um cachorro bem limpo e asseado,

ganhei de presente de um soldado,

que roubou ele ,na ilha de Samoa.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 30/05/2007
Reeditado em 20/11/2008
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