No casulo do poema
Ela se embala
Canta bem alto
E se espalha
Se espelha
Veraneia
Os seus sonhos de menina.
No casulo dos seus versos
Ela se agarra
Faz alvorada
E disputa a melodia
Com a passarada
Aliviada
Se desprende do casulo
E arvorada
Se semeia.
No casulo do luar
Ela encanta
Os olhares do menino
Que a admira
E lhe mira
Como uma rosa
Faz poesia
E é formosa
A cigarra sertaneja.
No casulo da emoção
Ela amanhece
E no desenho do seu canto
Ela nos tece
Suas histórias de paixão.
Ela é cigarra
Ela é canção
Meu coração.
Léa Ferro / 2008