Baú de espantos
Encontramos refúgio no incêndio
Que ora consumiu nosso castelo
E é de se temer e acovardar
O quanto na desesperança há de belo
Abrigamo-nos no colo frio das ruas
Pois o teto, de tão protetor, sufoca
E, de espantos, cheio meu baú
Dos olhos no mundo a cor desbota
Queria aliviar, da espinha, o calafrio
E atravesso a madrugada em rima
Pra, quem dera, encontrar uma resposta
Que torne o mundo em obra-prima