AQUELA RUA
AQUELA RUA
Fernando Alberto Couto
Na rua onde eu morava,
tudo era muito divertido.
Eu me lembro da garotada
brincando, naquele alarido.
A gente corria de bicicletas
e o seu Zeca vendia pipocas.
Nas janelas, aquelas beatas
sempre faziam suas fofocas.
Quando a mamãe chamava
era hora de obedecer.
A brincadeira se deixava,
pra fazer o nosso dever.
Dever que vinha da escola,
pois era importante estudar
pra jamais pedir esmola,
mas, receber por trabalhar.
Hoje já chegou o progresso
e nada mais daquilo existe,
pois o progresso tem um preço
e esse preço me parece triste.
RJ – 07/05/14