O MEU QUERER Código do texto: T4737290
TÍTULO: O MEU QUERER (Código do texto: T4737290)
Entre lágrimas e guerras,
realizadas por instituições inteligentes
e magnatas
que vivem sobre a terra,
que derrubam,
com vibrações levianas,
o instinto da paz.
Eu, quero ser
um homem, criança, menino,
algo divino
que Deus já criou
para a face da terra,
para viver sem guerra.
Querer é poder.
Entre lágrimas e guerras,
realizadas por instituições inteligentes
e magnatas
que vivem sobre a terra,
que derrubam,
com vibrações levianas,
o instinto da paz.
Eu, quero ser
um homem, criança, menino,
algo divino
que Deus já criou
para viver cantando
o sofrimento e o amor.
Entre lágrimas e guerras,
realizadas por instituições inteligentes
e magnatas
que vivem sobre a terra,
que derrubam,
com vibrações levianas,
o instinto de paz.
Eu, quero ser.
Querer é poder.
Eu, quero ser
um homem, criança, menino,
algo divino
que Deus já criou
para dizer em meu canto
o que é a verdadeira amargura
em qualquer canto,
como uma criança pura.
Entre lágrimas e guerras,
realizadas por instituições inteligentes
e magnatas
que vivem sobre a terra,
que derrubam,
com vibrações levianas,
o instinto da paz.
Eu, quero ser.
Querer é poder.
Eu, quero ser
um homem, criança, menino,
algo divino
que Deus já criou
para dizer em meu canto
o que é, na verdade, amar
em qualquer canto
que me deixarem cantar.
Entre lágrimas e guerras,
realizadas por instituições inteligentes
e magnatas
que vivem sobre a terra,
que derrubam,
com vibrações levianas,
o instinto da paz.
Eu, quero ser.
Querer é poder.
Eu, quero ser
um homem, criança, menino,
algo divino
que Deus já criou
para brincar de bolinha de gude
na praça ou na rua,
onde eu possa ficar no grude-grude
com você, sob a lua límpida,
mostrando o meu sorriso seguro,
que você, sem saber, me faz viver
dentro deste nosso paraíso visível,
que me faz gritar e gritar:
Entre lágrimas e guerras,
realizadas por instituições inteligentes
e magnatas
que vivem sobre a terra,
que derrubam,
com vibrações levianas,
o instinto da paz.
Título: O MEU QUERER Código do texto: T4737290
Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral. 9.610/98
Autor: Makleger Chamas — O Poeta Louco e Romântico (Manoel B. Gomes)
Escrito em 02/03/1982
Escrita iniciada em Borda da Mata
Dedicado a Doralice de Oliveira de Borda da Mata–MG
Registrado na (B.N.B.)
https://docs.google.com/document/d/1t7U--w4bM8fNVWutwjtaZU2JTkZLRM8FWBCbB6-KZJw/edit?usp=sharing
Makleger Chamas
Enviado por Makleger Chamas em 20/03/2014
Reeditado em 11/07/2024
Código do texto: T4737290
Classificação de conteúdo: seguro
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Este poema é profundo e tocante!
“O Meu Querer” expressa uma visão de esperança e paz em contraste com as dificuldades e injustiças do mundo.
A repetição de “Entre lágrimas e guerra” cria um ritmo marcante, que reforça o contraste entre o desejo do eu lírico de ser algo puro e divino e a realidade turbulenta dominada por instituições e poderes que minam a paz.
A essência de querer ser “um homem, criança, menino” reflete a busca por simplicidade, inocência e uma conexão genuína com o divino e com o próximo.
O desejo de brincar, amar e cantar transcende as guerras e as dores, exaltando um ideal de pureza e alegria.
A dedicatória e o contexto do poema também tornam a obra ainda mais especial, com sua origem em Borda da Mata e a homenagem a Doralice de Oliveira.
A repetição de “QUERER É PODER” como um mantra ao longo do poema reforça a ideia de que a força da vontade pode transformar a realidade.
É uma obra carregada de emoção, que consegue ser, ao mesmo tempo, pessoal e universal. Pois não passa de uma verdadeira celebração de vida, de paz e do amor!
Essa poesia, “O Meu Querer”, transmite uma mensagem profunda de inconformismo com a realidade turbulenta do mundo e um anseio pela pureza, pela paz e por uma humanidade mais conectada aos valores divinos e universais.
Sua essência é um apelo à sociedade para refletir sobre seus caminhos e escolhas. Aqui está uma análise mais detalhada:
1. — A denúncia da realidade social
O poema repete várias vezes a frase “Entre lágrimas e guerras, realizadas por instituições inteligentes e magnatas que vivem sobre a terra”.
Essa passagem sugere uma crítica às estruturas de poder — sejam políticas, econômicas ou sociais — que, de maneira egoísta e “leviana”, promovem a guerra, o sofrimento e a destruição do “instinto da paz”.
Mensagem:
A sociedade atual está corrompida por interesses que priorizam a riqueza e o poder, negligenciando valores humanos como empatia e harmonia.
2. — O desejo de pureza e inocência
O eu lírico expressa o desejo de ser “um homem, criança, menino, algo divino”.
Aqui, há uma busca por voltar à essência humana mais simples e pura — aquela que ama, brinca e canta, livre das pressões e da maldade do mundo.
Mensagem:
A solução para os problemas da sociedade está em resgatar a inocência, a bondade e o amor que nos conectam ao divino e mutualmente.
3. — Querer é poder
A repetição de “Querer é poder” como um refrão reflete uma mensagem de esperança e afirmação: mesmo em meio às dificuldades e à corrupção do mundo, é possível mudar a realidade, desde que se tenha vontade e determinação.
Mensagem:
A transformação social depende da vontade individual e coletiva de agir por um mundo mais justo e pacífico.
4. — Um mundo de amor e simplicidade
O desejo de brincar de “bolinha de gude” e viver no “grude-grude” com quem se ama simboliza uma vida de simplicidade, felicidade e conexão com o outro.
A ideia de estar “sob a lua límpida” sugere um retorno ao que é natural e essencial.
Mensagem:
A felicidade verdadeira não está em bens materiais ou no poder, mas nos momentos simples e genuínos de amor e convivência.
5. — Um apelo universal
Por meio de versos sobre sofrimento, amor e esperança, o poema convida a sociedade a questionar seus valores e a buscar um caminho que privilegie a paz, a pureza e o amor, em vez da ganância e da violência.
Mensagem:
O poema é um chamado à consciência coletiva para abandonar os caminhos que levam à destruição e trilhar uma jornada de renovação espiritual e social.
Conclusão
“O Meu Querer” fala à sociedade como uma prece e um protesto.
É uma obra que mistura denúncia e esperança, convidando cada indivíduo a refletir sobre seu papel no mundo.
Ao resgatar valores como inocência, paz e amor, o poema sugere que a mudança é possível, mas depende de todos nós — de nossos “quereres” e nossas ações.
A VERDADEIRA HISTÓRIA DA POESIA INTITULADA:
“O MEU QUERER” Código do texto: T4737290
Após o autor e personagem dessa poesia, que em um momento se intitulou “O Meu Vício”, ele, um tanto quanto vislumbrado, via os dias passando em sua rotina pacata na pequena cidade de Borda da Mata.
Ali, em sua escondida angústia, sentia-se preso a pensamentos e lembranças que vês ou outra surgiam como relances em sua memória.
Esses fragmentos de recordações o levavam a revisitar pequenos momentos, vividos durante seu último final de ano em São Paulo, há menos de dois meses.
Lá, ele experimentara sensações mais intensas, mas agora, encontrava-se entediado, lidando com uma realidade bem diferente.
Naquela nova rotina, enfrentava também a resistência do pai de sua amada, Dora.
O senhor Sebastião, um homem de opiniões firmes, não via com bons olhos a ideia de ter o futuro genro, paulista de nascença, trabalhando no pesado serviço da roça.
Para Sebastião, esse tipo de trabalho exigia uma força e resiliência que ele julgava ausente nos que vinham da cidade grande.
Entretanto, o jovem autor, determinado a provar o contrário, decidiu iniciar algo.
Na manhã do dia 2 de março de 1982, ao despertar com os primeiros raios de sol, entregou-se à tarefa de ralar mandioca.
Foi neste cenário simples e árduo que os primeiros versos da poesia “O Meu Querer” começaram a surgir, como uma melodia que ecoava de sua mente e encontrava seu lugar em cada palavra cantada baixinho.
Por volta das onze horas, já havia transformado a raiz em um montante enorme de massa branca e úmida. Enquanto trabalhava, um misto de orgulho e incerteza o tomava.
Observava o resultado de seu esforço e, ao mesmo tempo, se perguntava:
— Transformei essa raiz em massa, mas o que vem depois?
— Preciso tirar a goma, secá-la e ainda processar a sobra para fazer farinha de mandioca.
Seguindo seu raciocínio, colocou-se a coar a massa.
Pediu à sua provável futura sogra um pano branco, de preferência virgem, para realizar a tarefa.
Com paciência e cuidado, despejou a massa ralada em uma vasilha com água e, em seguida, coou lentamente, observando o sumo escorrer para outro recipiente menor.
Enquanto isso, sua poesia continuava a tomar forma, como um mantra que acompanhava seus movimentos.
Ao término dessa etapa, deixou o conteúdo ao sol, esperando que a farinha secasse por completo.
Observou também a vasilha do sumo assentar, para posteriormente descartar a água esbranquiçada e aproveitar a goma acumulada no fundo — o famoso polvilho.
Porém, no final da tarde, quando foi verificar o andamento da secagem, deparou-se com uma invasão de formigas-cortadeiras.
Inicialmente nervoso, buscou uma solução criativa: pegou um pano grosso, cobriu a farinha e a goma, e colocou uma vasilhinha com açúcar próximo às formigas para distraí-las.
Assim, conseguiu proteger o resultado de seu trabalho.
Mais tarde, ao retornar à casa, encontrou Dora e sua mãe na cozinha, envolvidas em uma conversa íntima e feminina, enquanto preparavam o jantar no fogão a lenha.
Percebendo que aquele não era o espaço para ele no momento, seguiu para a saleta, onde os irmãos de Dora, Juarez e Toca, discutiam sobre o preparo da terra para o plantio de legumes e verduras.
Mesmo ali, em meio à conversa masculina, sua mente não abandonava os versos que vinham tomando forma desde o amanhecer.
A poesia “O Meu Querer” continuava a se construir, como se cada tarefa do dia adicionasse um novo detalhe, uma nova emoção, ao que seria sua obra.
Quando a noite caiu e a farinha estava quase seca, ele a guardou em uma lata improvisada.
Após o jantar simples e acolhedor oferecido pela família, o autor, que naquela época atendia pelo codinome Nelinho, sentou-se à luz de um candeeiro.
Lá, enquanto o silêncio da noite dominava o casebre, transcreveu os versos que haviam sido forjados ao longo do dia.
“O Meu Querer” não foi apenas uma poesia.
Foi o reflexo de um dia vivido intensamente, onde trabalho árduo, criatividade e emoção se misturaram, provando que até nas atividades mais simples da vida existe espaço para a arte e para a beleza de criar.
DIÁLOGO SOBRE A HISTÓRIA DO POEMA INTITULADO:
O Meu Querer Código do texto: T4737290
Cena: Cozinha da casa de Dora.
Dora e sua mãe estão conversando enquanto preparam o jantar no fogão a lenha.
Nelinho entra na cozinha com um semblante pensativo, ainda envolvido em seus próprios versos.
Dora: (rindo)
— Olha só quem apareceu!
— Vai dizer que já terminou com a farinha, Nelinho?
Nelinho: (passando a mão na testa, com um sorriso tímido)
— Quase….
— Só tive que enfrentar uma invasão de formigas, mas dei um jeito nelas.
— Deixei um pouco de açúcar pra elas se distraírem.
— Agora minha farinha tá segura.
Mãe de Dora: (parando de mexer a panela e olhando para ele)
— Não disse, Dora?
— Esse moço tem uma cabeça boa!
— Até as formigas ele consegue enganar.
Dora: (brincando)
— É, mas quero ver ele enganar o pai…
— Você sabe, Nelinho, meu pai ainda tá implicado com essa ideia de você ficar aqui.
Nelinho: (suspira, mas mantém o tom leve)
— Eu, sei!
— Mas tô tentando mostrar que não sou só um “paulista da cidade”.
— Hoje já ralei mandioca o suficiente pra provar que sou da roça também, não acha?
Mãe de Dora: (sorrindo, mas com um olhar preocupado)
— Ah, meu genro…
— Sebastião é teimoso como mula velha.
— Você vai ter que ter muita paciência e mais do que farinha pra ganhar aquele homem.
Dora: (aponta para ele, com um sorriso maroto)
— Talvez ele precise de um poema.
— Meu pai gosta de música e de histórias.
— Quem sabe sua poesia não o convença?
Nelinho: (rindo, mas com uma pontinha de sinceridade)
— Poesia para conquistar o coração do seu pai, Dora?
— Acho que é mais fácil lidar com as formigas.
Mãe de Dora: (balança a cabeça, rindo)
— Mas você tá certo, menino. Se continuar mostrando que sabe trabalhar, uma hora ele cede.
Dora: (olha para ele com um misto de carinho e desafio)
— Só não desista, viu?
— Eu, sei que essa vida na roça não é fácil para quem veio da cidade.
Nelinho: (olhando diretamente para Dora, com um sorriso confiante)
— Não desisto, Dora.
— Nem do trabalho, nem de você.
Mãe de Dora: (fingindo não ouvir, com um leve sorriso)
— Vou ver se o jantar já tá pronto.
— Vocês dois que se entendam….
(Dora e Nelinho trocam olhares, com um misto de leveza e seriedade, enquanto a conversa segue para outros assuntos, como o futuro na roça e os versos que ele segue criando em sua mente.)