Dona Injeção

Dona injeção

No final daquela rampa

Embaixo da luz vermelha,

Abre a porta sorridente,

A bonita enfermeira.

Tem um olhar charmoso

E elogios me faz;

Diz que sou tão bonitinho

E também um bom rapaz.

Segura a minha mão

E me diz que estou fortinho,

Que já estou bem grande

E pareço um homenzinho.

Diz que vai me apresentar

A uma dona muito bondosa,

Mas abre a porta do armário

E minha cara já chorosa.

Me apresenta a injeção

Como se fosse algo bom,

Diz que ela não dói nada,

Dona injeção enganou a coitada.

Será que essa enfermeira

Nunca ficou dodói?

Nunca levou uma espetada,

Pra saber como é que dói?

Ou então me faz de bobo,

Querendo que eu acredite,

Logo eu que vivo sempre,

Com crise de sinusite.

Me garante ser bem rápido,

Desafia minha coragem,

Me pergunta se sou medroso

E diz que o choro é molecagem.

Diz que vascaíno não sente dor,

E chama outro Doutor,

Eu pensando em minha cabeça;

Quem sabe eu vire tricolor!

O doutor era tão forte

Era até uma covardia,

Segurava os meus braços

E eu chorando pedia;

Não, por favor, não!

E minha mãe ainda ria!

Não, por favor, não!

E a enfermeira dizia;

Seja bonzinho com a dona injeção!

Rejane Alves e João Pé de Feijão

Rejane Alves e João Pé de Feijão
Enviado por Rejane Alves em 07/01/2014
Reeditado em 06/05/2014
Código do texto: T4640195
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