MEIO AMBIENTE

Eu sou apenas um menino

Mas quero viver em paz

Peço aos poderosos do mundo

Que preservem o meio ambiente

Porque a vida é mais importante

Do que milhões em diamante

Que eles exploram de maneira tão sagaz.

Eu quero paz ao mundo

Quero ser um cidadão de verdade

Tenho um desgosto profundo

Por essa eterna desigualdade

Que mata milhões de crianças de fome

Antes mesmo de ter nome

Em nome da “liberdade”.

Eu ainda sou uma criança pequena

Com a pele morena

Resultado da miscigenação

Sou o futuro da nação

Que já morreu antes de nascer.

Sou uma criança sem lar

Sou uma criança de rua

Sou uma criança abandonada

Eu não sou culpada

Por esse mundo ser assim

Mas gostaria que todos os poderosos

Pensassem um pouco em mim

E em outros milhões de crianças

Que estão vegetando na mesma situação.

Não estou apenas pedindo aos governantes do mundo

Estendo meu pedido aos traficantes profissionais

Que eles abandonem essa guerra contra as crianças

Vítimas de drogas tão banais

Que eles disseminam no mundo

Em busca do lucro profundo

Que nos tira a paz.

Eu sou uma criança indefesa

E mereço proteção

Mas só sou usada

Por alguma instituição

Que diz me proteger

Quando na verdade é não

Surgem alguns espertalhões

Em todos os cantos do mundo

Que fabricam instituições

E possuem orgulhos profundos

Mas o que na verdade eles querem

É serem os donos do mundo

E nos jogam em abismos

Enriquecendo-se tão rapidamente

Que nem é preciso ser inteligente

Para saber que eles são vagabundos.

É claro que existem exceções

Em tudo o que eu disse acima

Existem pessoas boas

Que cuidam bem de nossas sinas

Mas continuo pedindo

Aos homens lá de cima

Que nos dê proteção de verdade

Que não fiquem com falsidade

Fazendo pseudo-caridades

Que com certeza não rimam

Com o que fazem de verdade

Em seu cotidiano

Explorando todo mundo

E principalmente

O meio ambiente

Em busca do lucro exacerbado.

Este é apenas um recadinho

Que dou as autoridades constituídas

Que respeitem nossos direitos de fato

Que não acabem com nosso meio ambiente

Que nos dê uma vida mais decente

E a chance de sonhar também

Já que estão devorando tudo

Em nome desse progresso profundo

Que só beneficia alguém

Dono do capital

Dono do carnaval

Dono do canavial

Dono do cafezal

Dono do laranjal

Ou fazendeiro de verdade

Ou grande industrial

Ou grande industrial

Ou grande especulador financeiro

Homem grande de muito dinheiro

Que compra as licenças ambientais

Para destruir o mundo

Que Deus não cobrou nada para fazê-lo

Eu ainda sou uma criança pequena

Que quase nada sei do mundo

Mas gostaria de poder sonhar

Gostaria de poder voar

Gostaria de poder respirar

Um ar

Puro de verdade

E não viver essa vida aflitiva

Que nos impossibilita ver

Um palmo além do nariz

Por falta de esclarecimentos adequados

E por sermos um tanto acomodados

Em nosso mundo de fantasia

Que nada conhece de poesia

E nada tem de conscientização.

AIRES JOSÉ PEREIRA é escritor com 12 livros publicados, coautor do Hino de Rondonópolis, prof. Adjunto A da UFT, Doutor em Geografia na UFU, graduado e Especialista em Geografia pela UFMT, Mestre em Planejamento Urbano pela FAU-UnB e membro efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense. Membro Pesquisador do NURBA.

Observação: esta poesia foi publicada no Livro "Sonhos de Criança" em 2008 pela Editora Kelps de Goiânia.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 30/10/2013
Reeditado em 26/02/2015
Código do texto: T4548415
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