NOSTALGIA DA INFÂNCIA... (6), (7), (8), (9), (10) e CONCLUSÃO
TELEFONE SEM FIO
Marco inventava uma frase
No meu ouvido falava,
Eu repetia pro Beto
Que pro Marcelo contava.
Dum ouvido p´ra outro ouvido
A frase seguia andando
Até que o último ouvido
Ricardo saía falando.
- Era engraçado brincar.
Marco: - Não moro na Bahia,
Dizia. E Ricardo rindo!
- Namoro a Maria, ouvia.
ESTÁTUA
A gente fazia estátua
Enquanto o chefe careta
Até que alguém se mexia
E da brincadeira saía.
Ai a gente se contorcia
E o chefe de novo: - estátua.
E a gente imóvel pro chefe
Que observava quem mexia.
Saíam um de cada vez
Até que só uma estátua
Sem o corpo se mexer
Brincadeira ia vencer.
POLÍCIA E LADRÃO
Separávamos em grupos
Cinco para cada lado
Um grupo era da polícia
Os outros eram ladrões.
Numa casa combinada
Ficava a cadeia e o guarda.
O grupo dos ladrões saía
E na rua se escondia.
Depois de trinta segundos
A polícia ia a correr,
Pela rua a capturar
Cada ladrão escondido.
Quando o ladrão era pego
P´ra cadeia era levado,
O guarda atento ficava
P´ra que ele não fosse salvo.
E quando eram todos presos
Trocávamos de função
Quem tinha sido polícia
Agora já era ladrão.
PASSA-ANEL
Cristiane tirava o anel
E cantava: - passa, passa
Três vezes o último que ficar,
Deixava em uma das mãos
Em sentido de Oração
Seu anel e perguntava:
- Alex, onde o anel está?
- Lá na mão do Ribamar.
Se adivinhasse qual mão
Que deixara seu anel
Era ele quem passaria
Seu anel de mão em mão.
- Que brincadeira gostosa
Que brincadeira saudosa
Várias mãos ai se encontravam.
Ah! E quantos daí não se amavam.
VACA AMARELA
Dizia um: “- Vaca Amarela
Cagou na panela
Quem falar primeiro
Come toda bosta dela!”
E a boca da gente cheia
De vontade de falar.
Ficávamos caladinhos
Sorrindo sem soltar o ar.
Até que um não agüentava
E falava um palavrão
E a gente se segurava
‘Té sair mais um palavrão.
E a brincadeira acabava
Como sempre em gargalhada.
Ela era a última da noite,
Depois, umas boas palmadas
No bumbum e lá p´ra cama,
Na marra, a mamãe levava...
NOSTALGIA DA INFÂNCIA...
Quem roubou a nossa Infância?...
Trocou-a pela intolerância,
Pela ordem, pela ganância?
Ah! Tempos de delirância
Que não voltam mais.
Infância...
Por que ficas na distância
Sem piedade de nós? Ânsia
De revivê-la em constância
Em minha vivência, Infância...
És porto de militância
Num Mundo de tolerância.
Volta! Os corações, Infância...
Precisam da tua "operância"
Como instrumento da paz!