O Desenho das Estrelas
Uma pequenina criança, muito pequenina mesmo,
pediu-me para desenhar algumas estrelas para ela.
Quis que ela me ajudasse e começamos a rabiscar.
O papel que escolhemos era de alumínio, cor prata.
E recortamos muitas estrelas brilhantes e lindas.
Depois de prontas, a criancinha disse: quero todas.
Mostre-me seu quarto, respondi. -Lá dentro. Entre.
Perguntei. Você quer um céu? Quero, quero sim.
Subimos em uma escada e com uma cola na mão
fixamos todas as estrelas no teto de seu quarto...
A menina ficou fascinada. E saiu de seu quarto e já
na rua disse-me: Vim aqui para ver melhor meu céu
tão lindo e só. Como assim ver o seu o céu, criança?
Nós fizemos o meu céu e quem fez este grande céu?
Foi Deus, falei. -Por que não fica comigo lá dentro?
Porque este céu aqui de fora é para os andarilhos,
para os que não têm casa, para os que se perdem,
os embriagados, os solitários, os sem rumo e para
todos que querem olhar para cima e ver estrelas
e ver as nuvens, e dançar sob o brilho do céu.
Entendi, disse a criança. Por isso tem que ser um
céu grande assim, porque é de todos que quiserem
Agora o meu céu, o que nós duas desenhamos, é só
Meu para eu pedir ao grande céu que me proteja
para sempre em nome do Deus que o desenhou