Amor de Rato

Cansou das quinquilharias

O rato ladrão de queijo

Falou para si decidido

Agora roubaria um beijo.

Mas eis que havia um problema

Era uma gata siamesa

A sua musa encantada

Dormindo em cima da mesa.

Subir pelos pés de madeira

Não era nenhum problema

A reação da sua amada

Era seu grande dilema.

Dos ratos feios de esgoto

Gatos não costumam gostar

As garras da sua querida

Podiam lhe machucar.

Não iria desistir

O rato bem prazenteiro

Pondo de lado o perigo

Bolou o plano inteiro.

Banhado de perfume

Subiu sem nenhum barulho

Chegado ao focinho da gata

Deu-lhe um beijo com orgulho.

A gata preguiçosa

Acordou-se em ronronar

Sentiu um gostoso perfume

Ainda bailando no ar.

O rato já ia longe

Sem esperar para ver

Na segurança do seu buraco

Foi correndo se esconder.

E todo dia era assim

No mesmo horário marcado

Por um rato perfumoso

Um doce beijo era roubado.

Dona de tanto carinho

Feliz a gata sorria

O seu galante cheiroso

Que belo gato seria.

Um dia a lépida gatinha

Não dormia por inteiro

Roubado o beijo acordou

E viu o rato ligeiro.

O rato esperto que era

Um grande susto levou

Nas horas dos dias seguintes

Ele nunca mais voltou.

O pobre roedor era bom

Não tinha nenhuma maldade

Daquele beijo roubado

Chorava de tanta saudade.

Um dia saindo da toca

Tremeu-se o pobre inteiro

Sorria-lhe a linda gatinha.

Milagre de amor verdadeiro.

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 06/06/2012
Reeditado em 06/06/2012
Código do texto: T3709203
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