JOGO DE BOLA
Nas manhãs domingueiras,
de minha terra hospitaleira,
toda a criançada jogava bola.
Era um jogador para cada lado,
no campinho esburacado,
o sol queimava na cachola.
Como se fosse um formigueiro
todos corriam o campo inteiro,
atrás da bola formava um batalhão.
Quando alguém tropeçava
a confusão aumentava
com tantos corpos caídos no chão,
Era só um tremendo alarido,
cada moleque tinha seu apelido:
Pé de Boi, Sabugo,
Cabeça de Balaio, Cidola...
A partida durava o dia inteiro,
todos eram atacantes,
ninguém era o goleiro.
O pior é que faltava espaço
para a danada da bola.