SOLTANDO OS BICHOS

Caramba e não é

Que um chato bicho de pé

Resolveu pegar no meu pé

Ignorando inclusive o meu chulé?

Para piorar ainda mais situação

O bicho de pé se transformou em bicho papão

Assim que chegamos ao meu barracão.

Por não se tratar de bicho de sete cabeças

(Eu jamais passei por coisas tão às avessas),

Falei com voz de trovão: quero que desapareças

Da minha casa antes que todo o meu ódio em ti esguicho,

Disse olhando furioso à fera. Ela vendo que eu iria saltar o bicho,

Que não estava blefando, murchou ainda mais a orelha e o rabicho.

Apavorado com o meu lado bestial,

Bicho papão afinou a sua voz e me pediu desculpa afinal;

Saiu correndo, abriu a porta, ganhou a rua sem me dizer tchau.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 18/11/2011
Código do texto: T3343556