SOLTANDO OS BICHOS
Caramba e não é
Que um chato bicho de pé
Resolveu pegar no meu pé
Ignorando inclusive o meu chulé?
Para piorar ainda mais situação
O bicho de pé se transformou em bicho papão
Assim que chegamos ao meu barracão.
Por não se tratar de bicho de sete cabeças
(Eu jamais passei por coisas tão às avessas),
Falei com voz de trovão: quero que desapareças
Da minha casa antes que todo o meu ódio em ti esguicho,
Disse olhando furioso à fera. Ela vendo que eu iria saltar o bicho,
Que não estava blefando, murchou ainda mais a orelha e o rabicho.
Apavorado com o meu lado bestial,
Bicho papão afinou a sua voz e me pediu desculpa afinal;
Saiu correndo, abriu a porta, ganhou a rua sem me dizer tchau.
O FILHO DA POETISA