O CIRCO II

Debaixo desta lona

A felicidade

Não tem nome,

Raça, credo, cor, idade;

Sempre que um espetáculo

Vai começar,

Nasce um arco-íris

Em nosso olhar:

O palhaço faz a gente

Chorar de rir,

Com a sua calça larga

Querendo cair;

O mágico todo de preto

Desperta certo receio

Quando se põe a cortar

A assistente ao meio,

Mas nos deixa

De novo pachola,

Ao retirar o coelho

Da cartola;

Com suas garrafas e bolas,

O malabarista

Prova ser mesmo

Um artista;

O domador

Com seu chicote,

Faz o leão se sentar

No caixote;

O trapezista,

Nem é bom olhar,

Larga o trapézio

E se joga no ar;

A amazona,

Passa ligeiro,

De pé sobre o cavalo,

Em torno do picadeiro;

No esquete,

Ai, que beleza,

Felizes para sempre,

O vassalo e a princesa;

E tem a mulher barbuda,

O anão, a corista,

O homem que engole fogo...

Folguedos da alma e da vista!