A CEGONHA E OS BEBÊS

Vovó, fizemos uma pergunta à mamãe e ao papai,

Mas eles não quiseram ou não sabem responder.

A senhora, que é sábia, é a nossa única esperança;

Diga para mim e minha irmã como nasce uma criança?

A vovó olha para os seus netinhos com naturalidade

E pede aos seus netos para sentarem bem ali do seu lado.

Meus queridos, quando essa pergunta é feita, na verdade

É sinal de que o período da infância está sendo sepultado.

Ou seja, não estou mais diante de uma menina e um menino

E sim diante de uma linda mocinha e um belo rapazinho.

Eu contarei tudinho para vocês sem nenhum desatino,

Disse a vovó com uma entonação doce, cheia de carinho.

Vocês sabem o que é um adulto, não sabem? Sabemos vovó!

Quando um adulto casa, uma das coisas com que ele mais sonha

É se tornar papai ou mamãe. Então ele passa a rezar ao Papai do Céu só

Com essa finalidade. Ouvindo as preces, Deus chama uma cegonha

E mostra a ela a casa de ontem vem tão ansiosa e convicta oração.

Enquanto a cegonha anota direitinho o apontado endereço,

Papai do céu chama um belo anjinho e tira-lhe a asa então.

Assim um novo bebezinho é feito por Deus com todo apreço.

Aí, o Pai Eterno pega um lençol comprido, une as pontas com um nó

Bem cego, passa-o na cintura do bebê e o coloca no bico da ave

E a manda entregar. Foi assim que eu acabei me tornando vovó

E o meu filho se tornando pai de vocês. Mana, a coisa tá grave!

Como diz o ditado popular “Antes ouvir tudo isso que ser surdo”!

Eu nunca ouvi uma estória assim, completamente sem coerência.

O que é a gente faz? Conta a verdade pra acabar com esse absurdo

Ou deixemos a nossa querida avó morrer na santa inocência?!

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 14/11/2011
Reeditado em 14/11/2011
Código do texto: T3335529