O gavião
O gavião, de visão alerta,
Baixa numa árvore:
Os olhos num galo amarrado!
A cara do gavião enche-se
De um sorriso sangrento
Que lhe comprime os olhos miúdos.
E fica quieto.
O galo solta um cocoricó manso
Por cima da terra.
Então, o gavião abre as asas largas e redondas
Para um voo majestoso e imponente,
Mas ouve os passos do homem,
Que canta enquanto solta a ave...
Ahn, para que alegrar-se tanto,
Pobre galo velho,
Se daqui a pouco estará na panela?
O céu é para esses animais
Que viram a cabeça e voam...
Lá vai o gavião!