A Violeta e a Borboleta
No beiral da janela,
a violeta estava.
Cortinas brancas
esvoaçantes.
A flor roxinha sorriu
com um brilho de cristal
em suas pétalas pela luz
do sol que entrava fresqinha.
Piscou como quem pisca
para um amor.
Apareceu corajosa borboleta
dando no balanço da cortina
piruetas para beijar as pétalas
da mimosa formosura.
Com sua comprida língua,
enrola e desenrola,
lambeu, da flor, a íngua
saliente (miolo) amarela.
Piscou em aval, como quem pisca
para contar um segredo.
Sorriu e borboleteou.
Foi embora deixando
a sós a graciosa violeta
com sua cortina de voal.
L.L. Bcena, 13/06/2000
POEMA 519 – CADERNO: GUERRA DOS MUNDOS