A VISITANTE
Janela aberta
Convida a pequena abelha entrar
Manhã de sol
Pequeno ser
Abelha negra
Não era africana
Não era européia
Em suas pernas
Pepitas de pólen,
Gemas de seu trabalho
Voou por cima do aquário
Verificou:
Não havia flor
Só havia peixe dourado.
Voou por cima do poeta
Verificou:
Não havia flor
Só anjo encarnado
Voou por cima do gato
Verificou
Não havia flor
Só animal assustado
Voou tranquilamente
Voou silenciosamente
Voou ordenadamente
Em nada havia flor
Reencontrou a janela
Fora a porta de entrada
Seria a porta de saída
Tinha que extrair grãos dourados
Carregar o pólen
Para fazer néctar
E tornar a vida mais doce
MEL
L.L. Bcena, 25/03/2000
POEMA 428 – CADERNO: LÍRIO AMARELO