A VISITANTE

Janela aberta

Convida a pequena abelha entrar

Manhã de sol

Pequeno ser

Abelha negra

Não era africana

Não era européia

Em suas pernas

Pepitas de pólen,

Gemas de seu trabalho

Voou por cima do aquário

Verificou:

Não havia flor

Só havia peixe dourado.

Voou por cima do poeta

Verificou:

Não havia flor

Só anjo encarnado

Voou por cima do gato

Verificou

Não havia flor

Só animal assustado

Voou tranquilamente

Voou silenciosamente

Voou ordenadamente

Em nada havia flor

Reencontrou a janela

Fora a porta de entrada

Seria a porta de saída

Tinha que extrair grãos dourados

Carregar o pólen

Para fazer néctar

E tornar a vida mais doce

MEL

L.L. Bcena, 25/03/2000

POEMA 428 – CADERNO: LÍRIO AMARELO

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 01/10/2011
Código do texto: T3252054
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