uma rua, uma saudade
quando penso na saudade
penso na inocência,
pra mim coisas parecidas,
pois são sentimentos
ou atitudes que ninguém manda
a gente ter, temer, inventar,
forjar – sentimentos que independem
da nossa vontade, da idade,
da cidade em que habitamos,
da rua em que moramos,
a não ser que seja saudade
de uma outra cidade
ou de uma outra rua,
como aquela de que se dizia assim:
“se essa rua, se essa rua fosse minha,
eu mandava, eu mandava ladrilhar...”