Navio

Fiz navio de madeira para navegar.

A poça de chuva do meu quintal

E com a minha boca imito o seu som.

Minha voz sai frágil comparando com o verdadeiro

E com minha mão eu comando minha viagem

Não sei para qual porto partirei.

Li no livro que em Lisboa existe porto,

É longe do outro lado do mundo,

Posso imaginar que estarei em Lisboa.

A poça já não é tão larga, então,

Darei varias voltas com o navio

Para acreditar que cheguei a porto de Lisboa.

Ah... Eu imito o apito do navio,

Faço a voz dos marinheiros, imagino

A bandeira no seu mastro

E faço a voz brava do velho capitão

De chapéu de longas abas,

Com sua tatuagem de homem do mar.

Quantas voltas darei para chegar a Lisboa?

Cantarei uma canção de marinheiro,

Talvez verei a lua brilhar no céu.

Quantas voltas darei para chegar a Lisboa?

Foi embora almoço, foi embora a janta.

É tão distante... Até mesmo na brincadeira.

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 05/08/2011
Código do texto: T3141339
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