MEU BURRINHO
Que saudades tenho,
Nas manhãs frias e de geadas,
Saia eu pelas chapadas,
Com um laço na mão,
Sem medo de um arranhão,
Para o pasto correr,
Atrás de meu lindo burrinho,
Bem pequeno como um passarinho,
Orelhudo e de olhos abertos,
De cor bem pretinho,
Quando me via, ele parava,
Vinha correndo ao meu encontro,
PIMENTINHA, o seu nome,
Corria como uma bala,
Até reconhecia pela fala,
De mansinho, com preguiça...
Ah, burrinho bom e valente,
Pelas ruas todo contente,
Ajudava-me a trabalhar,
Como gente grande.
O tempo passou,
Pimentinha envelheceu,
Não mais brincava e nem corria,
Ficava triste na noite fria,
Não mais comia,
Então partiu,
Para onde não sei,
Longe, bem longe,
Só saudades ficou,
Neste meu peito,
De meu burrinho...