TITIA ANASTÁCIA

Velha senhora, na cabeça o lenço amarrado

Franzina alegre e de estatura pequena

Não era tia de sangue e sim no coração consagrado

Sorridente, falante e da pele morena

Onde passava enchia de carisma e esperança

Suas frágeis mãos com destreza mexia

Conquistava com seu jeito toda criança

Seus contos antigos nos davam alegria

Seu caminho foi florido e brilhante

Sem ir a escola sabia muito da vida

Sua cor de cuia a deixava elegante

Seu alto tom de voz na região já era conhecida

Senhora matuta tão cheia de graça

Cheiro de mato o perfume que ela usava

Outras vezes até cheirava fumaça

Na taipa de barro sua comida cozinhava

Seu endereço escondida a dentro do interior

Seu rancho de sapé batido de chão

Quem a visitava recebia com amor

Oferecia chá de ervas e paçoca socada no pilão

Saias de chita no mato grudava carrapicho

Lavava suas roupas no rio a cinza era seu sabão

Tia Anastácia tinha muito zelo e capricho

Fazia seus afazeres com todo cuidado e devoção

Sem estudos, mas de certa inteligência

Sua simpatia era constante não andava de cara feia

Dava-se bem com todos não tinha má querência

Jamais teve por costume falar da vida alheia

Seus dias findaram sem deixar queixa de nada

Pele escurinha, mas de alma generosa

Nunca deixou de ser alegria da criançada

Sua estadia terrena foi muito valiosa

verginia
Enviado por verginia em 15/07/2011
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