O Sapo Bandolim e a Princesa do Bonfim

O Sapo Bandolim e a Princesa do Bonfim
Jorge Linhaça


Havia um alegre sapo
Com nome de Bandolim
Andava belo e pacato
Ensaiando o seu ato
Pra feira de São Joaquim

O sapo era bom de papo
Já nascera ele assim
Era alegre e gaiato
e foi tirar um retrato
Lá pras bandas do Bonfim

Mal sabia o sapinho
dessas coisas do destino
Botou um terno de linho
de uma cor quase vinho
Parecia um homem fino

Mas ao buscar o retrato
Nosso amigo Bandolim
Ficou pasmo em um ato
Boquiaberto de fato
Com quem encontrou ali

Jovem de rara beleza
Nosso amigo encontrou
Vestida de realeza
Milagre da natureza
Por ela se apaixonou

Que poderia fazer
Um sapinho da ralé
Para o amor florescer
E também enternecer
Aquela bela mulher?

Nosso amigo Bandolim
Só tinha o seu instrumento
E então compôs ali
Linda melodia enfim
Naquele mesmo momento

A princesa então olhou
Para o sapo Bandolim
A melodia escutou
E seu coração pulsou
Como em meio a um festim

E deste conto de fadas
Eu não vou contar o fim
Fica o desfecho pra cada
Escolher a sina dada
Para o sapo Bandolim
e a Princesa do Bonfim

Arandu, 14 de junho de 2011