Os Sapatinhos de balé
OS SAPATINHOS DE BALÉ
Calçados nos pés da menina rica
Estavam os sapatinhos de balé
Que subiam rodopiando pelo ar
Impulsionados pelo Demi-plié.
De tecido leve e macio
Foram feitos os sapatinhos
E por serem tão sensíveis
Eram guardados com carinho.
A pequena bailarina rica
Com os sapatinhos nos pés
Tinha-os por companheiros
Nas longas aulas de balé.
Do lado de fora do estúdio
A menina pobre observava
E olhando pela vidraça
Em ser bailarina sonhava.
Com seus pezinhos descalços
A bailarina pobre dançava
Sem música e sem professora
Passo a passo acompanhava.
Flexionavam os joelhos
Elevavam a perna para o ar
Um salto, uma pirueta
E retornavam para o mesmo lugar.
Duas pequenas bailarinas
Com seus pezinhos a girar
Em seus devaneios de meninas
Uma pobre e a outra rica
Passavam horas a dançar.
Um dia, o par de sapatinhos
Ficou velho e desgastado
Por isso aqueles companheiros
Foram deixados de lado.
Ficaram entristecidos
Ouvindo a música tocar
Mas nos pés da pequena bailarina
Não podiam mais calçar
Tinham sido substituídos
Por outros que foram comprar.
Entre muitos sapatos velhos
Viviam amontoados
E um dia, pela professora,
No lixo foram jogados.
A menina pobre correu
E pegou os sapatinhos
Calçou-os depressa nos pés
Que lhe couberam direitinho.
Saiu pulando contente
Rodopiando sem parar
Pois aqueles sapatinhos velhos
Já sabiam como bailar.
Tinham decorado tudo
Passando a vida a treinar
E pelos pés da menina pobre
Voltaram a saltitar.
E assim, as duas bailarinas
Que viviam a sonhar
Uma pobre e a outra rica
Calçando os seus sapatinhos
Juntas foram dançar.
Flexionaram os joelhos
Elevaram a perna para o ar
Um salto, uma pirueta
E retornaram para o mesmo lugar.
Ironi Lírio