Aqui se paga o peso da consciência
Seu Jair não se acanha
Na hora de vender banha
Faz reserva para sua pança
É um roubo sua balança
Não chegou aos novecentos
Ela já está marcando mil
Roubando grama o avarento
Se transforma no mais vil
Quem freqüenta sua bodega
Não esconde o seu temor
O vício dele não dá trégua
Quanto pesa o seu isopor
Quem ali compra fermento
Para crescer o pão caseiro
A levedura sofre aumento
Seu Jair é um trapaceiro
Não o segue na trapaça
Sua mulher e sua filha
Se tivesse uma comparsa
Formariam uma quadrilha
Sua mulher desconfiada
Não confia em parentesco
Esconde a grana na privada
O vício dele é grotesco
Quando houver juízo final
A pena dele vai ser amarga
Ninguém lá em cima é venal
Vão lhe dar a justa carga