Moedas

Mas eu tinha sim moedas no baú

Baú antigo de meu tataravô, homem do mar

Pirata ele? Talvez sim.

Meu avô também tinha moedas,

Tinha até uma moeda feudal,

Era sua moedinha da sorte.

O meu pai, o meu pai não gostava,

Aquelas pequenas que brilhavam no baú

Era tudo tolice, perda de tempo.

Mas eu tive moço, pode acreditar,

Moedas do homem do mar,

Meu tataravô, do baú que ele tinha.

Diziam que ele tinha pernas de pau,

Perdeu as pernas porque lutou com tubarão.

Mas pode ser lenda, né moço?

Onde está o baú?

Ah, moço, o Zezeu, o Zezeu é o meu cão,

O danado escondeu as moedas do baú.

Como? Ah, moço, o danado entrava escondido,

O baú aberto e todos os dias ele pegava as moedas,

Fazia buraco e escondia.

Estão por aí moço nas ruas dessa cidade,

Em lugares que nem sei,

Cão danado o meu Zezeu.

Sabe moço, não estou triste,

Não mesmo, moço.

Por quê? Olha esse papel com desenho.

Moço, é um mapa!

Um mapa pra eu encontrar minhas moedas

Vou cavar buraco.

E o que vou fazer com as moedas?

Ah, moço, qual é a vontade de uma criança?

Vou comprar meu direito de ser criança pra sempre.

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 09/03/2011
Código do texto: T2837300
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.