Um dia de chuva...
Dia de chuva.
Crianças correndo pelos corredores da casa
tão livres que mais parecem pássaros voando
[no céu...
Uma esbarrando na outra, e, entre um choro
e outro, uma risada pura revela a face oculta
[de Deus.
É uma festa que nem tem como explicar.
Uma corre, outra fala sem parar, outra canta,
mais uma se esconde atrás do sofá, quase
roçando a cabeça na quina. Logo, sobe aquele
[arrepio:
- Lá vou eu!
- Pode vir... (Bem baixinho...)
- tá quente?
- tá frio... (Mais baixinho ainda...)
No jardim ao lado, a biqueira enorme quase
afunda a nuca da caçula. A irmãzinha atenta,
sem contar pipoca, arrebenta e grita:
- Sai daí, Frida!
- Puft!... E mal se vê a sombra da levada...
O banheiro livre se torna em um formidável
esconderijo para escapar da bruxa do mal...
É o que pensa Francisco, enquanto verifica
se alguém o invade, e, que se esse alguém
não seja sua irmã do meio, Jade.
Entre um sim e um não, um leva uma palmada
[na bunda.
(Ai! Deve ter doido um bocadão!)
Até que, no fim das contas, quem pagou o pato
foi aquele que, de todos, o mais quietinho era...
- Tadinho do João!
E a farra não acaba para a menininha franzina
que adora cantar, dançar e fazer aquela folia;
Estou me referindo à uma florzinha angelical
[chamada Sofia.
(A ins-piração pra fazer este poeminha
me veio ao ouvir a canção "Um dia perfeito"
da nossa lendária banda Legião Urbana.)