A Borboleta Molhada
Apareceu no quintal,
pobre borboleta assim:
coitada, toda molhada,
agarrava-se ao capim.
Com sua roupa encharcada,
ela não perdeu as cores...
Outrora cheia de vida,
voava por entre as flores.
Pra ver se secava um pouco,
pensei levá-la pra casa...
Que bobeira! Deixa o sol,
secar suas belas asas.
Não mais vi a borboleta
molhada, no meu quintal...
Voou espaço sem fim,
até outro temporal.
A borboleta molhada,
voou, voou e voou...
Voou a perder de vista...
Assim, o vento a levou.
A borboleta molhada,
não sei quem a tragou...
Voou pelo espaço afora...
E nunca mais retornou!