O GAROTINHO QUE PASSOU A SORRIR

Seu mundo não tinha cores nem sorrisos.

Uma doença grave debilitava suas energias,

E como criança não podia brincar, correr,

Ousar peraltices, cair, levantar, ter sonhos,

Pois queria a escola frequentar e aprender,

Para num dia seu diploma num quadro guardar.

Jogar futebol imaginando-se um craque da arte,

Éra assim que se via no campo de terra batida,

E como um bando de pássaros em revoada,

Correr atrás da bola mesmo que tropeçasse,

Pois para curar as feridas a mamãe lhe acudia,

E com carinhos o remédio fazia ela cicatrizar.

No entanto o seu mundo éra muito limitado,

Da cama do Hospital ao quarto onde morava,

E tristonho via todas as crianças brincando,

Correndo felizes num mundo só de encantos,

Pois a infância é a melhor fase da existência,

E curtí-la fica para sempre guardada na mente.

Precisava de um transplante no fígado deteriorado,

Por anomalias que surgiram de uma doença cruel,

Que tirava as energias daquele corpinho debilitado,

E os reflexos da doença apareciam na pele amarela,

Sem cores para mostrar quando se apanha ráios de sól,

E ela criança nem uma praia podia então frequentar.

Um dia porém após intensos exames de procuras,

O próprio pai mostrou compatibilidade para ser doador,

Que se mostrou feliz ao poder salvar o próprio filhinho,

E do seu fígado um pequeno pedaço foi transplantado,

E aquele orgão doente que aos poucos estava morrendo,

Adquiriu a cor vermelha do sangue e se pôs a trabalhar.

Logo as transformações foram aos poucos aparecendo,

A pele amarelada com uma tonalidade quase sem viço,

Foi adquirindo a cor da vida e no rostinho brilho apareceu,

E o garotinho que tinha perdido todas suas vitalidades,

Sentiu uma energia positiva invadindo aquele corpo inerte,

E a fome que antes nem lhe sorria veio forte e almoçou.

Tempo de recuperação para evitar possíveis rejeições,

No entanto toda a familia feliz já sentia as transformaçoes,

Pois o garotinho inerte e sem vida nem querendo conversar,

Já se mostrava tagarela e todas as vitalidades surgiram,

Pois já queria estudar e providenciaram então sua matrícula,

E os coleguinhas que antes nem conhecia apareceram sorrindo.

Depois de obter uma total recuperação da doença perversa,

Teve liberada por ordem médica para poder então ser criança,

Como correr, brincar, sorrir, subir em árvores, cair, levantar,

E jogar futebol que éra o maior sonho de sua existência,

Podendo aprontar com o papai brincalhão todas as peraltices,

Que a mamãe orgulhosa aprovada com os necessários cuidados.

06-02-2011