Poeminha Clandestino

(À Vania Morais)

Quanto juízo nesse balanço

Nesses olhos que tudo vêem

Quanta criança nessa dança

Vestida de azul atemorizada

Fazendo de conta não estar

Girando oscilando agitando

Vendo todo esse mundo torto

Esse pranto, de uma só vez

Quanta saudade antecipada

Dessa idade redonda grata

Como as uvas tão maduras

Como se estivessem verdes

Pensamentos de Sabina sabe

Tanto a pequena menina

Quanto tino e ponderação

Agindo em proveito dela

Que criança não acredita

Na fada madrinha fazendo

Figa? Os dedinhos miudinhos

Cruzados, esconjuram tudo

Que possa negar esse momento

De felicidade clandestina

Se pudesse permanecer tão

Leve nas alturas vencendo

As fadigas e as intrigas

Em cada vaivém do balanço

Os pulsares e os quasares

Seguros nas cordas esse som

Essa alegria precisa ser salva

Mas, que caminho futuro

Preservará o júbilo canto dessa

Alminha, se amanhã, debuta

Adolescente, nessa tempestade

Adulta onde arde a insensatez?

Que suave biscoitinho feito de

Fábula e pão-de-ló de mentirinha

Poderá perenizar esse pisar na

Pontinha dos dedos, voar nessa asa

Que balança e se encanta entre

Sorrisos nesse castelo de areia?

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 23/01/2011
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