JACARANDÁ
Quando eu era menino,
Ai que saudade que dá,
Eu ia brincar nas galhas
De um velho jacarandá!
Eu ficava lá em cima,
Nem via o tempo passar:
Tão de repente chegava a noite!
Tão de repente se punha a estrela a brilhar!
Eram horas de uma só alegria,
Horas de um único sonhar,
De brisa sacudindo as folhas,
De pássaros em torno a cantar...
E com pesar eu descia
Pra minha existência de cá.
De madrugada, se abrisse a janela,
Veria anjos brincando lá!