Sal Dado de Ouro

Vou abrir uma botica

Com receitas da minha avó

Vou voltar a vender arnica

Tira a dor num golpe só

Se o problema for lombalgia

Um emplastro eu colo lá

Não é coisa para magia

Eu só uso o Sabiá

Assadura é sempre algoz

Da bundinha do neném

Vendo logo um Hipoglós

Faço feliz um refém

Nem sei escrever direito

Eu só sei escrever assim

Queimadura de todo jeito

Aplico Picatro de Butezim

Para coceira de catapora

Que coça pelo corpo afora

Para o prurido eu aceno

Um adeus, com azul de metileno

Se o rim der dor nas costas

Não arrisco com apostas

Arranco a dor, é tiro e queda

Com um chá de quebra-pedra

Aos desavisados aviso

Que é preciso mais juízo

A bebida consome seu soldo?

Aplaco com um chá de boldo

Tenho um xamã de plantão

Para o mal de simioto

Remédio não cura não

benzeçao é que cura encosto

Atendo a todos os males

vendi chá ao Campos Salles

aviei receitas malucas

prescritas por um tal deSão Lucas

Para uma clientela gentil

Ainda que muito senil

Fiz uma escada rolante

Para atender os cadeirantes

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 08/11/2010
Reeditado em 08/11/2010
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