Jasmineiro
(Para Letícia)
Em cima de um jasmineiro tem um bem-te-vi a cantar, pula de galho em galho querendo conquistar, uma bem-te-vi fêmea que no topo do jasmineiro está.
O vento sacode os galhos da árvore, um perfume doce começa a exalar, a bem-te-vi olha de soslaio o bentivizinho, ele fica quase a desmaiar.
Embaixo do jasmineiro tem um banco encantado, quem descansa nesse banco fica logo enamorado.
Outro dia vi um moço, tinha um punhado de flores. E ensaiava uma modinha, me disse envergonhado que eram para Rozinha.
A menina ia para o colégio, e passava no caminho, quando viu o moço garboso esperando no banquinho.
Um belo ramalhete de flores trazia, e quando se aproximou, o moço recitava um versinho que dizia:
“para você são estas flores
Que colhi ainda pouco
Me perdoe o atrevimento
Pode me achar um louco
Mas quando vi noutro dia
Seu sorriso, seu olhar e esse
Seu jeitinho de ser.
Me senti tão pequeninho
E comecei a te querer!
Sonhei que eras deveras uma flor
Que enraizou e perfumou
O jardim da minha vida
Que se quiser te dou.”
A rosinha enrubesceu, as flores singelas recebeu,
E pôs-se a andar, virou-se ela e a bem-ti-vi deram um sorriso folgoso.
Ficaram empalidecidos o bentivizinho e o moço.