Jasmineiro

(Para Letícia)

Em cima de um jasmineiro tem um bem-te-vi a cantar, pula de galho em galho querendo conquistar, uma bem-te-vi fêmea que no topo do jasmineiro está.

O vento sacode os galhos da árvore, um perfume doce começa a exalar, a bem-te-vi olha de soslaio o bentivizinho, ele fica quase a desmaiar.

Embaixo do jasmineiro tem um banco encantado, quem descansa nesse banco fica logo enamorado.

Outro dia vi um moço, tinha um punhado de flores. E ensaiava uma modinha, me disse envergonhado que eram para Rozinha.

A menina ia para o colégio, e passava no caminho, quando viu o moço garboso esperando no banquinho.

Um belo ramalhete de flores trazia, e quando se aproximou, o moço recitava um versinho que dizia:

“para você são estas flores

Que colhi ainda pouco

Me perdoe o atrevimento

Pode me achar um louco

Mas quando vi noutro dia

Seu sorriso, seu olhar e esse

Seu jeitinho de ser.

Me senti tão pequeninho

E comecei a te querer!

Sonhei que eras deveras uma flor

Que enraizou e perfumou

O jardim da minha vida

Que se quiser te dou.”

A rosinha enrubesceu, as flores singelas recebeu,

E pôs-se a andar, virou-se ela e a bem-ti-vi deram um sorriso folgoso.

Ficaram empalidecidos o bentivizinho e o moço.

Luk Ramos
Enviado por Luk Ramos em 10/09/2010
Código do texto: T2490005
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