MENINA SAPÉCA
Da menina de ontem,
mutilada, adormecida,
em seu leito de dor,
quase nada restou,
apenas pequenas sequelas,
junto com nossos sorrisos.
Emergiu de seu martírio,
do seu pântano,
de sua dor,
uma flor bem perfumada,
rosada, cheirosa,
que num sorriso floriu.
Hoje,
lucidez brota,
da irreverente menina,
com latente sabedoria,
um primor de graça,
e dotes de adulta,
mesmo sendo pequena.
Além da graça estampada,
num visual de encanto,
no primoroso rostinho,
prepara surpresas,
próprias de menina sapéca,
que esconde com brejeirice,
num sorriso disfarçado.
Faz da meiguice faceira,
artes de esperta menina,
qual moleque de rua,
e surpreende os incautos,
pelas suas travessuras,
que disfarça com graça,
num sorriso matreiro,
mesmo que seja bem breve.
16-07-2010