O bicho preguiça

Entregue ao ar da mata,

Uma preguiça caminha e suspira:

Um prato de folhas seguido de brotos

De sobremesa um doce natural de frutos

E como não tem pressa

Acrescenta à (sonhada) refeição

Um fresquinho licor de orvalho.

Haveria jantar melhor?

Degusta do sonho, estica os membros,

Pendura-se num galho oco

Quase na copa de uma embaúba.

E deixa o corpo ao balanço do vento

De costas para o chão, observando tudo:

Cachos de flores contra o brilho da lua

Pequenas estrelas quase apagadinhas

Nuvens tomadas de céu negro...

... E a preguiça quase imóvel

No sossego da noite.

E do jeito dela, pensa mil coisas

Pensa e para,

Não quer se cansar.

Deste modo, suspira e caminha,

Mais bem devagar.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 27/06/2010
Reeditado em 13/07/2010
Código do texto: T2344742
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