A bela garça
Dona garça toda branca
De manchas pretas nas asas
Contempla-se nas águas da lagoa
Que perninhas finas!
Mergulha o bico mesmo sem fome
Os salpicos pulam cristalinos
Plim, plim, plim...
Banhando-lhe o corpo
E refrescam as penas
Sorri, num desenho de suspiro, e fecha os olhos
Uma calma de um barquinho
Navegando, navegando-lhe na alma
Aquela impressão de voo suave
E o tic- tac do relógio do coração
Tão cheio de imagens na luz da manhã
Vibra no sentido do vento cândido no espaço azul
E um silêncio agarra-lhe no peito
De repente, abre os olhos, abaixando-os:
No reflexo das águas, ela, a mais bela garça!