Coelhinho Branco

O mato molhado suja-lhe as patinhas

brancas sobre o dia nascente

são nuvens de algodão

presas no corpinho pequeno

bre, bre, bre

bebendo da água do capim

(abana a cabecinha endireitando

o pensamento para explicar à mãe)

pula cuidadoso para lá e para cá

acende o rabinho

e o vento afetuoso

sobe-lhe pelas empinadas orelhas

esquiva-se de uma florzinha

de boca sorridente

(podia lamber-lhe o pelo

e tingi-lo de lilás)

subitamente os olhos verde-cinza param

no ar murmurante da manhã

voa um passarinho

feito alma de poeta

empurrando um gorjeio

no céu cheio de sol

assustado o coelhinho

volta ligeiro para casa.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 15/05/2010
Reeditado em 15/05/2010
Código do texto: T2259226
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