OS MÚSICOS DE BREMEN
O velho burro trotando
Muito triste na estrada
Foi um cão logo encontrando
Bem perto da encruzilhada
Ao cão se apresentou
A ele foi perguntando
Como que se machucou
Sua pata está sangrando
Pelo dono fui surrado
Não servia pra caçada
Na estrada abandonado
Velho já não valho nada
O burro então contou
Ele foi também surrado
O dono o expulsou
Por estar velho e cansado
O burro propôs ao cão
A Bremen lhe acompanhar
Onde músicos serão
E uma banda formar
No caminho encontraram
Um velho gato encolhido
Parando lhe perguntaram
O que tinha acontecido
O gato então lhes contou
Que o dono lhe maltratava
Porque não caçava ratos
Ficando cego já estava
O burro também convidou
O gato para tocar
Ele feliz aceitou
Em Bremen se apresentar
Um galo velho foi visto
Num galho empoleirado
No olho havia um quisto
O bico tinha quebrado
Ao galo eles perguntaram
Porque estava ferido
Os donos quase o pegaram
Para servi-lo cozido
Queira nos acompanhar
Pediram ao galo capão
Muito alegres a cantar
A Bremen se foram então
A noite tinha caído
Bremen ainda distante
Assim ficou decidido
Descansariam bastante
Avistaram uma casinha
Encravada na floresta
Lá brilhava uma luzinha
Fugindo por uma fresta
Pela janela espiando
O burro por ser mais alto
Viu quatro ladrões jantando
E discutindo um assalto
O que tinha visto contou
Aos amigos curiosos
Um plano o burro bolou
Afastar os criminosos
A pata do burro na janelinha
Nas costas do burro o cão
No cão o gato se aninha
Em cima do gato o capão
Um sinal combinaram
O burro zurrar o cão latir
O gato miar o galo cocoricar
E na casa entraram
Com medonha barulhada
Os ladrões se dispararam
A casa é assombrada
Foi isso o que pensaram
Assim os quatro animais
À mesa se acomodaram
Comida havia demais
E todos se empanturraram
Fartos resolveram dormir
Muito cansados estavam
Mas tinham de definir
Onde que melhor ficavam
O burro dorme na palha
Junto à porta vai o cão
O galo empoleira na calha
O gato embaixo do fogão
Carregando um candeeiro
Os quatro ladrões voltaram
Um deles entrou primeiro
E os outros esperaram
O gato meteu-lhe a unha
Com o susto ele correu
Na porta ele nem supunha
O cachorro lhe mordeu
No quintal quase chegando
O ladrão desesperado
Novo golpe apanhando
Pelo burro escoiceado
E na calha do telhado
Onde tranqüilo dormia
O galo foi acordado
Começando a cantoria
O ladrão disse aos parceiros
Uma bruxa o arranhou
E na porta os carniceiros
A sua perna sangrou
Monstro enorme no quintal
Com um pau lhe deu pancada
No telhado em seu beiral
Voz tenebrosa gritava.
Foram-se os ladrões embora
Os bichos se levantaram
No despertar da aurora
Para Bremen eles rumaram
Depois que em Bremen chegaram
O festival começou
Seus instrumentos tocaram
E o galo capão cantou
Em Bremen eram chamados
De quarteto musical
Ficaram muito afamados
Com sua banda animal
Assim o conto termina
Adaptado por mim
A história se origina
Num belo livro de Grimm