A casa da vovó
A casa da vovó
Na casa da vovó tem, retrato na parede,
De gente muita antiga,
Com roupas esquisitas,
Que atualmente ninguém usa mais.
Na casa da vovó tem, panela de ferro,
Jarra de ágata branquinha e uma bacia igual,
Tem louça antiga florida,
E tem toalhas de rendinhas,
Em cima do fogão,
Na casa da vovó tem, um bule verde esmaltado,
Um candelabro enferrujado dos tempos do barão,
Tem enfeites de barros e pedras,
Tem moedas de Don João.
Na casa de vovó tem roseiras amarelas,
Perfumadas laranjeiras, alecrins e manjeronas,
Pimentas de cheiro, damas da noite,
Espalhados pelo chão.
Na casa da vovó tem, histórias encantadas,
Nas paredes de taipas de pilão,
Tem cheiro de café torrado e milho verde assado,
Tem aconchego bem quentinho,
E os murmúrios das águas correndo,
No cristalino ribeirão.
Só na casa da vovó tem,
Uma saudade gostosa,
E uma vontade imensa,
Um desejo mais que criança,
De nunca, e, de jamais crescer.