AS BORBOLETAS

As azuis, tão raras,

Dão o ar da graça

E cruzam ledas

O edifício da garça;

As amarelas, comuns,

Estão por todo lado,

Nas flores dos jerimuns

E no quepe do soldado;

As brancas, por sua vez,

Chegam airosas,

A paz em cada tez,

No canteiro das rosas;

As lilases, cândidas,

Passam os querubins

E mergulham ávidas

Na piscina dos jasmins...

E assim flutuando

Com asas de mel,

Juntas vão pintando

Um arco no céu!