O BAÚ
O baú brilhante,
Berra entre dentes:
“Abre-me!”,
Entrementes,
O menino, arfante,
Avalia o crime.
O baú, entretanto,
Suspira impaciente
Debaixo do lume
E repete vociferante
Por ter esperado tanto:
“Abre-me!”
O menino obedece,
Hipnotizado.
Enfia a chave
No cadeado
E, “clic”, estremece:
Abre-se a nave!
Pirilampo,
Sorridente,
E só,
Ele viaja, repentinamente,
Ao tempo
De sua avó!...