DRAMA URBANO
Dez da noite,
na avenida,
dois meninos
de bermudas,
pés descalços,
bem franzinos.
O que fazem,
dez da noite,
numa via,
dois meninos,
sós, tão sem
companhia?
São pivetes
viandantes,
ao relento
da cidade,
à procura
de alimento.
Dois meninos,
dez da noite,
na avenida,
no que podem,
“trabalhando”
por comida.
Ah, crianças
andrajosas,
sem camisa,
sem escola,
onde os pais
e em que brisa?!
Ah, meninos,
sois noctívagas
dinamites!...
Já não flores,
mais espinhos
das elites.
Fort., 22/02/2010.