“Infância Perdida”
“Infância Perdida”
“Sem saúde, sem escola, sem infância
Na ânsia de uma vida melhor
Assim é o diário de muitas crianças
Sem esperança vão vivendo do pó
Como guerreiros lutam por lixo
Com bichos que ali aparecem
Juntam latas, alumínio, ‘comida’
Desnutridas, de fome padecem
Sem emprego, sem salário, sem pão
Ali no lixão enfrentam perigo
Famílias inteiras para não morrer
Tiverem de fazer ali seu abrigo
São cenas terríveis, cruéis, desumanas
Cenas insanas, não dá para assistir
Sem carrinhos, sem bonecas, sem brinquedos
Cercadas de medo não sabem sorrir
Pequenas gigantes que ajudam os pais
Deixam para traz o saber, o estudo
A vida no lixo lhes rende centavos
E como escravos carecem de tudo
Sem chance, sem razão, sem liberdade
Sem felicidade, assim vão vivendo
Desconhecidas sem identidades
Sem nacionalidades acabam morrendo
Falta amor, falta carinho, falta ternura
Falta bravura em nossos corações
Sobra egoísmo, orgulho e ganância
Sobra ignorância em nossas ações
Sem emprego, sem salário, sem saúde
Sem juventude, sem família, sem vida
Sem passado, sem presente, sem futuro
Como é duro uma infância perdida!”
Renato Brial
01.03.1999
“Racismo”
“O racismo é um caminho escuro
Não tem futuro, não presta
É uma forma de ganância
Pior, é ignorância que resta
O racismo é estrada tortuosa
Muito perigosa, causa acidente
Não nos leva a lugar algum
É muito comum na vida da gente
O racismo é carro enferrujado
Está sempre parado, não trás progresso
É avião sem ter aeroporto
É navio sem porto, eu confesso
Há quem diga que o racismo é burrice
Eu diria: ‘mais que tolice’, é verdade
Já está na hora de parar com isso
Assumir o compromisso da solidariedade.”
Renato Brial
06.09.05