A AVE AZUL
A ave solta era azul
Grande em sua plumagem
Habitava copas de árvores altas
E morava também nas casas
Em seus ninhos perfeitos
Viu as horas pelo firmamento
Lembrou-se num sobressalto
Que a fez levar o bico
No seu dorso de vôo
e pairar no céu
que num cair de tarde
perto da noite era cinzento
Olvidou-se dos filhotes de olhos curiosos
Das estrelas que viam grandes ofuscadas
Esqueceu do alimento aos pobrezinhos
Depois de muito tempo , em outra ocasião
No aliciar de suas asas, a água cristalina
chegou ao local em que estavam...
Que dizer às avezinhas insaciáveis
Que por hora confusas estavam
Que ser Mãe na Natureza
É ser esperto e não se perder
Que o dever espera em primeiro lugar?
Acalmou-se, pediu paciência em virtude
Fez cambalhotas e jogou matizes
Buscou o alimento e água para as avezinhas
Que agradeceram em revoadas
“Ave azul da minha janela
Que com o seu ninho
de passarinhos
me encanta
Você vem e vai e na mão do vento
Toca as nuvens e azula o céu
Tempestade não lhe agarra
Não foge da ventania
Nem da chuva que rodopia”
“Cante para o meu filho amado repousar
Sou eu mesma a lhe pedir
Diga-lhe em sonhos que o azul celeste
É a primeira cor do seu jardim”
“Já vi você conversar com o sol
Que misterioso perguntou-lhe
Onde poderemos falar mais à vontade
Minha esperança é que você chegue ao ninho
Não esquecendo a primavera
Mas também não se esqueça da orva molhada
Que nos cantos do mundo se desabrocha
Cante para o menino dormir”
E a ave azul cantou
Os passarinhos acompanharam
E filho pode adormecer
O sol iluminou em raios de fala
“Estou indo, indo, indo
Mãe também tem o seu ninho
É sublime, poético e deveras especial”
E a ave azul replicou:
“A noite já chega e suaviza meu canto
As estrelas abastecem o momento de encanto
Menino e passarinhos podem dormir” !!!
BHZ, 04 de janeiro de 2010