PESCARIA E BANHO EM TARDE DE GARÇAS
Com sua vara de pescar
Lá vai o menino,
Dentro da mata,
Rumo ao rio.
Pula uma pedra,
Atravessa uma cerca,
Pisa num galho
E nas folhas secas
Que forram o chão.
Uma anta,
Que ia à frente,
Ao vê-lo se espanta
E toma apressada
Outro caminho.
Em pouco ele chega
Ao barranco
Na beira do rio,
Senta-se,
As pernas pendendo
Como mangas no pé,
E joga o anzol com a isca
Na água em que nadam
Peixes e nuvens.
Não demora
A linha ficar tesa
E ele puxa cá para fora
Um belo pintado.
A este vem outro
E em seguida,
Um dourado.
E é só.
Lá para o fim da tarde,
Quando o sol desaparece e as garças
Buscam o refúgio das árvores,
O menino guarda a vara e os peixes
E mergulha nu no rio,
Atrás de Mãe d’água...