Golzago, o mago
 
Numa cabana de tocos
                                    Ocos,
Numa fresta,
                                    Em densa floresta,
À beira de preto lago,
Morava Golzago,
Guloso
E mal cheiroso
 Mago.
 
Comia ovo choco
                        --um ninho era pouco--
                        Abria-o com um só soco
                        Como se fosse coco
Então, procurava um toco
De antigo tronco,
E, como um bronco,
Num ronco,
Arrotava.
Sonhava
           Pesadelos de antigos sururus
            Com bando de urubus
            Atrozes
            Ferozes
            .Queriam de volta o ninho
                                    feito com carinho
                                    cheio de ovos
que Golzago,
mago guloso
devorara
 Ai! E arrepiada arara
Bicava-lhe a cara.
Queria de volta o ninho
feito com  tanto carinho
que Golzago, o mago,
devorara.
 
De supetão, acordava.
Limpava o bigode, de bode,
            com comigo-ninguém-pode!
“Isso é  folha venenosa!’
Berrava Fremosa,
Bruxa atenciosa.
Catava erva daninha
para Mel, sua franguinha.
Era vizinha
de Golzago, o Mago.
Morava numa cabana de tocos ocos
numa fresta , em densa floresta
à beira de preto lago.
 
Duas luas depois,
Golzago, o mago, e Fremosa,
Bruxa atenciosa,
 casaram numa noite de sereno.
E foram morar numa casinha de feno,
no Reino de Campo Moreno.
 

             

Ilram Rekrem
Enviado por Ilram Rekrem em 14/11/2009
Código do texto: T1922976
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