Um Anjo
Uma vez ouvira dizer
Que quando um sino toca
Um anjo ganhas asas.
Aquilo não lhe saía da cabeça.
E no pensamento de criança
Ele queria que tivesse anjos
Em todo lugar.
As moedas que ele guardava
Ganhadas do papai ou da madrinha,
Tiveram destino certo:
Comprar uma sinetinha.
Balançava o tempo todo
O sininho bem feliz
Pensando em anjos voando
Com as asas que lhes fiz
Ele não os via.
Algumas vezes duvidou.
Ele nunca vira Deus
Mas ele sempre o amou.
Seguia a sua vidinha
Do jeitinho que lhe ensinaram
Respeito, amizade e amor
A gente, animal ou flor.
E o sininho badalando
Ia por onde ele fosse.
De dia ou de noite
Ele pensava assim:
Deve ter muito anjo por aí.
Foi perto da praça
No final da rua de sua casa
Que viu uma coisa
Que marcou seu coração
Como se fosse com brasa.
Estava um frio danado
Duas crianças deitadas no banco
Tremendo sem cobertor.
Abraçados, bem quietinhos...
Ele sentiu aquela dor.
Correu em casa chamando:
Mãe,me ajuda por favor!
Tudo explicado aos prantos
Ela com amor e encanto
Beijo-lhe a testa e disse:
Vamos busca-los meu anjo!